Este foi um daqueles momentos que não conseguimos decifrar o sentido da vida.
O precário estado em que se encontram essas crianças e suas famílias nos deixou perplexas, impotentes, frente a algo que não temos a dimensão do “por quê ou do para que”?
Começamos talvez por defesa, a divagar sobre o que é felicidade, jogando uma para a outra a pergunta: Mas você acha que pode haver felicidade nessa forma de viver? Ou ainda: Mas você acha que isso foi uma escolha, vir dessa forma?
Aprendizes que somos (ou tentamos ser) das leis do Karma e Dharma, sutilmente fomos depositando nossas impotências em algo muito mais longínquo da nossa angústia presencial, nos distanciando cada vez mais da nossa própria precariedade de compreensão.
A nossa falta de preparo para tal situação nos protegia de qualquer tentativa de encontrar uma resposta, pois essa implicaria diretamente numa ação.
Deixamos (?) aquele local tristes e sabedoras de que muito pouco podemos fazer, na verdade nada podemos fazer.
Em minha mente rodavam perguntas e respostas sem o menor rumo, desconectadas entre si.
Havíamos acabado de comprar, um pouco antes , numa loja -pega turista,” amuletos de jade”, sim amuletos para nos proteger!
Com essa mesma quantia eu talvez pudesse verdadeiramente proteger essas crianças por 1 semana, ou pior, um mes?
E só conseguimos chegar a esta conclusão um tanto confortável, para não dizer egoista, narcísica e seus desdobramentos.
Temos excesso de anti corpos emocionais para compreender tudo isso !
Triste.
Siem Reap-Camboja
Floating Houses-Jan/2011